Com a inexperiência do Brasil em lidar com pandemias, a que chegou ao país desnorteou todos, e o Serviço de Saúde em especial.
Muitos erros foram cometidos e estão sendo corrigidos, pois estamos aprendendo a lidar com este novo vírus, na medida em que ele se apresenta, com todas suas particularidades.
Mas um erro que nós Psicólogas Hospitalares não podemos cometer, algumas o estão fazendo: comunicar a ocorrência de óbito para familiares de pacientes.
Entendo perfeitamente que o ambiente do hospital se tornou uma correria: internações, agravamentos e mortes acontecendo numa velocidade vertiginosa, colocando a todos atônitos frente a esta crise.
Mas, há muitos anos repito às alunas de minhas Especializações em Psicologia Hospitalar e da Saúde, que comunicar óbitos é uma tarefa do médico, pois só ele sabe sobre o andamento do caso, sobre as causas da morte, e é quem emitirá o atestado.
Isto nem sempre é fácil para o médico, e a Psicologia Hospitalar ali está para auxiliá-lo a encontrar a melhor forma de comunicar isto e apoiá-lo no momento desta comunicação, presente para empatizar com familiares e amigos na hora de receberem esta trágica notícia.
Com o isolamento social, esta comunicação tem sido realizada, muitas vezes, através de um celular da Instituição, separado exatamente para este fim. Mais difícil ainda, né?
Mas, a comissão de comunicação deve ter o cuidado de pedir que o parente escolhido desde o início da internação para receber as notícias diárias sobre a evolução, deva estar, desde o primeiro dia, acompanhado de alguém.
Jamais se deve fazer a comunicação do andamento de um paciente a um parente sozinho pensando exatamente nisto: se o relato for de óbito, ele possa contar com alguém a seu lado para apoiá-lo no choque que possa vir a sentir.
Maria Alice Lustosa, PhD
CRP: 05/1719
#cepsi #psicologiahospitalarma #psicologiahospitalarbh #psicologiahospitalaredasaude